OS INIMIGOS DA PALAVRA
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Posted by Filipe Niel on 3:02 PM
No último Século a igreja evangélica brasileira assistiu sem fazer nada, a uma tremenda desvalorização da Palavra de Deus. Essa desvalorização pode ser percebida de forma muito clara na normalidade com que as pessoas vão à igreja sem levar suas Bíblias, ou pela popularidade do tal “louvorzão”. É cada vez mais comum encontrarmos propagandas de “louvorzões”, mas é cada vez mais raro encontrarmos igrejas promovendo eventos onde haverá estudo intensivo da Palavra de Deus.
Nos próprios cultos se tornou comum dedicar uma hora para o louvor cantado, e 15 a 20 minutos para a exposição da Palavra de Deus. Em sua última carta Paulo nos revela qual o motivo desta desvalorização, estes motivos servem como alerta para que cada um de nós examine a si mesmo e descubra se estes inimigos da pregação estão presentes em nossas vidas.
“Pois virá o tempo em que não suportarão a sã doutrina; ao contrário, sentindo coceira nos ouvidos, juntarão mestres para si mesmos, segundo os seus próprios desejos. Eles se recusarão a dar ouvidos à verdade, voltando-se para os mitos.” 2 Timóteo 4. 3-4
Vamos aos inimigos da pregação da Palavra apresentados por Paulo:
1. A nossa aversão à correção (4.3)
O texto diz que virá um tempo em que as pessoas não suportarão a são doutrina e que estas pessoas vão juntar mestres para si mesmas, segundo os seus próprios desejos. Ou seja, não querendo mais serem confrontadas e corrigidas pela pregação pura da Palavra de Deus, as pessoas iriam juntar para elas mestres que falassem o que elas gostam de ouvir.
É interessante que quando nós lemos passagens como essas, tendemos a pensar em outras pessoas, talvez um vizinho que frequenta uma igreja onde a palavra não é pregada de forma verdadeira, ou um amigo que fica assistindo aos pregadores da TV. Mas quando nós lemos exortações bíblicas como essas, nós precisamos pensar em nós mesmos. Precisamos nos perguntar:
Quais verdades da Palavra de Deus nós não suportamos ouvir?
Que assunto se o pastor pregar eu vou achar ruim?
Será que tenho valorizado a Palavra de Deus e sido moldado por ela, ou será que a Ana Maria Braga, o Hoje em Dia e as novelas é que têm sido os meus mestres?
2. O nosso gosto pelo engano (4.4)
Paulo nos alerta que seríamos tentados a não darmos ouvido à verdade, e a irmos à busca de mitos. Isso acontece e muito na igreja evangélica brasileira. E cuidado pode estar acontecendo com você sem que você tenha percebido. Deixe-me expor dois mitos que estão enraizados na igreja evangélica brasileira.
- O primeiro é o mito da autoestima.
As pessoas pregam o texto de Mateus 22. 34-39 dizendo que nele existem não dois, mas três mandamentos.
No texto Jesus diz que devemos amar ao nosso próximo como a nós mesmos, e aí dizem os propagadores de mitos: para que isso aconteça, primeiro você precisa amar a si mesmo, você precisa se aceitar, gostar de você, elevar a sua autoestima, ver como você é bom. Eles chamam isso de autoestima, a Bíblia chama isso de orgulho.
Entre em qualquer livraria evangélica e você verá que os livros de autoajuda são os mais vendidos, por quê? Porque eu e você gostamos de ouvir esses mitos, eles coçam os nossos ouvidos.
- O segundo mito que os evangélicos gostam é o mito da experiência.
Nós supervalorizamos as experiências, os testemunhos se tornam mais importantes do que a pregação da Palavra de Deus. Qualquer um que chega a uma igreja e diz: Deus me falou..., é recebido com entusiasmo, as pessoas param para ouvir e ficam maravilhadas, mas se alguém abre a Palavra de Deus e começa a pregar, aí da sono, aí é sem graça...
Mas não foi assim que os Apóstolos Pedro e Paulo agiram:
Olha o que Paulo falou aos Gálatas:
“Mais ainda que nós ou um anjo dos céus pregue um evangelho diferente daquele que lhes pregamos, que seja amaldiçoado!” Gálatas 1.8
Para Paulo o que é que tinha maior credibilidade, a Palavra de Deus escrita ou uma possível nova revelação dada por um anjo? Com certeza a Palavra de Deus.
O Apóstolo Pedro vai ainda mais além:
Em 2 Pedro 1. 16-18 Pedro narra a experiência da Transfiguração de Jesus que ele presenciou, com certeza uma das experiências mais fantásticas que qualquer ser humano já teve. Mas no versículo 19 ele diz que existe uma prova ainda mais forte da majestade de Jesus, essa prova qual é? A palavra dos profetas! As Escrituras as quais Pedro tinha acesso.
O que isso significa? Significa que não existe experiência pessoal, por mais maravilhosa que ela possa ter sido, que se compare com a maravilha, a grandeza, a profundidade da Palavra escrita de Deus.
A nossa aversão à correção e o nosso gosto pelo engando nos afastam da pregação da Palavra de Deus. Estes versículos não servem apenas para o seu vizinho, colega de trabalho ou sogra, estes alertas são para mim e para você, como temos combatido em nossas próprias vidas estes inimigos da Palavra de Deus?
Pr. Felipe Niel